segunda-feira, 1 de novembro de 2010



Parabéns a todas as mulheres do meu país! 
Isso sim, foi uma vitória da democracia... Não há como saber como será o
seu mandato, com certeza ela enfrentará problemas enormes e barreiras, 
como não poderia deixar de ser, mas o simples fato de nós, uma 
democracia tão jovem, termos eleito uma mulher como principal comandante
do nosso país, é uma vitória histórica...
Viva a democracia, viva o Brasil!!


segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Brasil de olhos vendados

            
            Escravidão no Brasil. Fui atropelado outro dia por este assunto. Havia ocorrido uma discussão crítica na sala de aula de faculdade da minha mãe e ela queria saber a minha opinião. Pensei um pouco. Minha mente percorreu centenas, milhares de reportagens  a que já assisti, histórias que ouvi e pessoas que conheço. Minha opinião? É mais ou menos assim:

            Há inúmeras formas de escravidão. Desde que o mundo é mundo, os mais fortes subjugam os mais fracos. Em toda a história da humanidade encontram-se casos de dominância. O Egito antigo foi todo erguido pelo trabalho escravo. Mas, e nos dias de hoje? Seria de se esperar que com a maior intelectualização do ser humano, idéias como essas fossem extintas. Mas não foi o que houve. A escravidão apenas mudou de cara. Legalizou-se. Escondeu-se atrás de leis e recursos legais. Se não, vejamos: Tomemos a cachaça, por exemplo (sem trocadilho). Muita gente adora uma caipirinha,certo? Mas quantos param para pensar no caminho que ela percorreu até chegar à sua mesa. Produzida, envasada, transportada. Mas sabe qual o momento principal para o sucesso do seu drink? A colheita. É, porque sem cana, sem caipirinha. Acontece que essa cana é colhida (na maioria absoluta dos casos), por bóias-frias, que se sacrificam em uma jornada de oito à doze horas, cobertos por um monte de roupas velhas para se proteger do sol forte, com as mãos esfoladas pelo cabo do facão. Sabe quanto eles ganham por isso? Algo em torno de cinco reais por tonelada. É, tonelada! Será que alguém sabe quanta vara de cana é preciso para fazer uma tonelada?

            Aí alguém pode dizer: “Mas isso é um caso isolado!” Então tá. Brasileiro adora churrasco, certo? Será que todos sabem (e se sabem, será que se importam?) como é produzido o carvão que muitos usam? Já ouviram falar no drama dos carvoeiros no sul do Pará, por exemplo? Pessoas trazidas de outros lugares, com a promessa de um trabalho digno e que são obrigados a morar em acampamentos, sem direito à nada, trabalhando o dia todo nos fornos? Será que entre uma mordida e outra da sua suculenta picanha alguém divaga (entre outras coisas), sobre os efeitos do monóxido e dióxido de carbono nos pulmões desses carvoeiros?

            Poderíamos discorrer sobre dezenas de aspectos do problema, mas, no final, seríamos forçados a reconhecer que onde há injustiça, há um terreno fértil para a escravidão. Garotas trazidas dos interiores para as capitais para trabalhar como domésticas, muitas vezes são escravizadas. Não podem sair, falar com ninguém, tomam conta da casa toda (limpam a casa, lavam a louça, as roupas…) e da família, sem receber nada por isso. A desculpa usada sempre é a de dar uma oportunidade para a menina. Oportunidade de que? De se tornar uma escrava? E há ainda os casos em que ocorrem abusos sexuais, torturas físicas e morais, privações…

            Há a escravidão do trabalhador, por esse salário de fome; professores, médicos, policiais, todos escravos de um sistema injusto, mal-remunerados e trabalhando, por vezes, em condições precárias e insalubres. Se pensarmos um pouco, todos nós brasileiros, somos um pouco escravos, na medida em que somos obrigados a nos alistar e votar. É quase como ser obrigado a ir às urnas decidir sobre quem queremos que roube o suado dinheiro de nossos impostos, que como sabemos, não são poucos.

            Não tenho certeza se respondi com todas essas palavras, mas pensando bem, talvez haja outras, muitas outras formas de escravidão particulares, privadas, das quais não teremos conhcimento até que apareçam no jornal das oito. Persiste, entretanto, o fato: E sobre essas que já conhecemos? O que faremos a respeito?


sábado, 4 de setembro de 2010

Incômodo Silencioso


     Sabe o que mais odeio na vida?
    Odeio essa sensação,
    Latejando no peito,
    Impregnando o coração.
    Dá vontade de falar, gritar...
    Alguém ouviria? Responderia?
    O meu vizinho, talvez, com um palavrão.

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                         Original: Guilherme Castelo

Coletivamente privado (ou A garota das Trevas)


        Entrou no coletivo já com o aparelho na mão, ou melhor, no ouvido. Vinha falando alto, nem aí pro mundo. Com seu corpo ligeiramente avantajado saiu empurrando as pessoas no caminho. Sabe-se lá como conseguiu tirar as moedas do bolso de trás da medonha e apertada calça branca e entregar para o cobrador. Falava alto, mas absorto que eu estava, não havia ainda atentado ao sentido do que dizia. Como que para me dar uma chance de saber, o destino a fez parar ao lado do assento bem à minha frente. Já falei que ela falava alto? Enfim, se para sua suposta interlocutora, se para o ônibus todo, o fato é que ela discorreu sobre os mais diversos temas: A viagem à Paramaribo; O namorado, modelo de perfeição, porém casado; A briga que ele teria tido com a esposa, supostamente, por causa dela; Os dólares que ela dizia precisar trocar e os aparelhos que o pai lhe daria, o celular que ela estava querendo e um aparelho dentário, que dizia precisar. Contou toda a sua vida e estava começando a contar sobre uma amiga sua que estava tendo um caso quando sua parada chegou e ela desceu. Nunca fiquei sabendo se o marido corno descobriu...
    A moça do assento da frente começou a sorrir da situação. Todos os passageiros que estavam próximos comentaram. O absurdo da situação nos aproximou a todos de um modo que só algo assim é capaz. De repente todo mundo estava conversando, comentando, e nesse clima amistoso acabei ficando amigo da garota do assento da frente. Teoria do "Kaos".
     Moral da história: Há malas que vem para o bem!

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Luna, minha luna

Toda noite eu vejo,
da minha janela
A lua nascendo,
sempre assim tão bela
Redonda como um queijo,
Branca ou amarela
No fundo o meu desejo
é ser livre como ela.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

La Solitudine nel cuori



Quase posso tocar o silêncio,
quase posso tocar a minha solidão
quase posso ver, me espreitando no escuro,
o monstro da depressão.

Se fujo encontro um muro,
se fujo não me sinto seguro,
só fujo buscando evasão
desta maldita solidão.

Mas fico e encaro a verdade,
fico e absorvo a saudade,
fico buscando um escape,
na imaginação.

Que seja evasão ou catarse,
que seja coragem ou não,
escrevo a verdade que arde,
me queimando o coração.

________________________
Original: Guilherme Castelo

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

As sem-razões do amor



Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

Carlos Drummond de Andrade
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Homenagem ao grande gênio...

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Carta aberta para uma amiga que está triste


Então, tá. Lá vem você de novo... Uma amiga tão querida e tão enrolada![ :)] E adoro isso em você, porque demonstra a inquietação do seu espírito jovem e curioso, como de fato devemos ser. Mas sei que também sentes, como eu, sentes muito as dores e prazeres da vida. Por trás desses olhos verdes eu sei que se escondem sentimentos complexos, conflitantes... Esses olhos que parecem janelas para mundos inóspitos e distantes. Por vezes, insondáveis...

Me perguntas por quê me lembro, se nós nos conhecemos há tanto tempo, por tão pouco tempo... Percepções sensoriais e de detalhes. Nossa memória imprime com mais precisão coisas que a impressionam. Você é assim, amiga, impressionante. Mas como ser humano que és, também és um pouco confusa, ou melhor, confundida, por tantas questões de vida, que realmente se atropelam, às vezes.

Sei que irás superar mais esse momento da vida, tal qual todos os que o antecederam. Te conheci uma linda garota, hoje te vejo uma mulher encantadora. E por saber de teus sucessos, e tua trajetória, sei que chegarás ao topo da montanha.

Mas sem ilusões, amiga. Sempre será difícil. Haverá dias lindos de sol, mas sempre haverá tempestades. Assim é a nossa vida, e é bom que seja assim... Mesmo palmilhando caminhos diferentes na vida, gosto de ver que estamos crescendo, cada um a seu modo. Será bom te encontrar no futuro, batalhas vencidas, para contar histórias...

Isso claro, a logo prazo! Mas amizade também requer um mínimo de presença, então te ligo pra tomarmos um café uma hora dessas! Mas falando sério, te desejo muita sorte, muita saúde e muito sucesso. Te digo também que sempre que precisares de um amigo, podes contar comigo.

Acredito que todas as relações, inclusive as de amizade, passam pela admiração, respeito e bem-querer. Então só me falta te dizer que te admiro como pessoa e como exemplo de beleza feminina e personalidade, que te respeito como mulher e como indivíduo de pensamento livre, e que te amo fraternalmente, como um amigo que te deseja o melhor da vida.

Fica bem.
E feliz aniversário!!
Mil beijos.
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Ps. Já que teu amigo te deu um book de presente, representando a arte dele, também te darei um presente, com minha arte... Um poeminha sobre você... Pode não ser tão impressionande como um ensaio, mas tenha certeza que é de coração também. Espero mesmo que goste. Segue abaixo o poema. Parabéns de novo!

Presente de poeta para uma querida amiga distante e um pouco triste

Se eu soubesse,
como seria
naquele dia,
em que te conheci

Imaginaria,
pensando um pouco
que um anjo louco,
pousou ali.

Loucura saudável
Pessoa adorável,
de anjo a beleza,
que logo vi

Verde nos olhos,
cabelos rúbros...
todas as cores
estavam em ti

Imediatamente,
vi seu sorriso
e mais beleza,
brotou de ti

Agora mesmo,
anos passados,
me lembro "peso",
o que senti.

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Original: Guilherme Castelo

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Auto-retrato da poesia


Amorfo de mim, sigo pensando,
Com os caminhos da vida, sonhando.
Vejo cada porta ao meu redor,
aberta.

Mas me conheço. E sei, portanto,
que sou honesto, mas nunca fui santo.
No jogo da vida, já sei de cor,
a Meta.

Não seria feliz, no entanto,
se escolhesse fazer, sem encanto,
algo em que não acredito, ou pior,
me afeta.

E no meio do devaneio, estancando,
de súbito, me percebo ignorando,
que do que sei já faço o meu melhor:
Sou Poeta!

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Original: Guilherme Castelo

Auto-retrato da prosa


Sou amorfo de mim. Punhado de argila. Mas consciente. Por isso que é estranho perceber a ausência de forma. Analiso a vida como conheço, e somo a isso, o que sei sobre mim mesmo. Daí analiso as possibilidades. Sempre há vários caminhos, consequência direta de nossas escolhas. Como no xadrez. Lances de espera, lances forçados... Às vezes conhecemos alguém "en passant", a pessoa segue, os lances da vida se sucedem, e lá na frente, essa pessoa se torna importante pra nós. Quantas vezes fazemos "trocas" na vida, para ganhar posicionamento estratégico...

Mas voltemos à forma. O que quero dizer é que vejo tantas coisas que eu poderia ter sido, tantos caminhos diferentes poderia ter seguido, mas, por me conhecer, optei conscientemente por não percorrê-los... Não adquiri a forma que meus pais e a sociedade esperavam. Decidi ficar aqui, massinha de modelar, pensando. E de pensar em tantas coisas, quase enlouqueço, e então, escrevo. Escrevo porque é o que sei fazer, e não entra em conflito com nenhuma outra parte de mim.

Teria sido um péssimo advogado; os clientes culpados iriam pra cadeia. Policial, nunca; teria que andar armado. Nem médico; não teria estômago. Até poderia ser músico, mas não tenho a disciplina necessária. E de repente, no meio do devaneio, percebo a verdade.

Eu sei o que sou:

Sou escritor!

domingo, 31 de janeiro de 2010

Madrugada Molhada



Ontem à noite choveu demais.
Rapaz!
Alagou tudo!

A casa do Jõao,
O lugar onde fazem pão,
O bairro todo foi pro fundo!

O canal transbordou,
O lixo se espalhou,
Rato pelado pondo medo em todo mundo!

Teve raio e trovoada,
durante toda a madrugada,
Parecia um dilúvio!

Hoje amanheceu chovendo,
Parece até que já estou vendo,
Será outro dia plúvio!


____________________
Original: Guilherme Castelo

sábado, 30 de janeiro de 2010

Sentidos


Dividido. Indeciso. Impreciso.
Olho ao redor,
à procura dela.

Um silêncio, uma inércia, uma ausência.
Escuto ao redor,
à procura dela.

Insensível. Intocável. Intangível.
Tateio ao redor,
à procura dela.

Seu perfume, o mesmo cheiro, passageiro...
Cheiro ao redor,
à procura dela.

Sem sentido, sem aviso, sem juízo,
Provo ao redor,
à procura dela.

E se não a encontro, sem nenhum sentido, coração partido,
corro ao redor,
à procura dela.

Mas se ela chega, me toma os sentidos, corações bandidos,
Batem como um só,
Em união sincera.
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Original: Guilherme Castelo

GRANDE AMOR POR UM FIO


De repente, percebi:
Era a idealização de ti que eu amava.
Era de olhos fechados, que eu te amava.
Sabendo, vendo, sentindo... mesmo assim te amava.

Quando chegavas, me hipnotizavas, me amavas...
E a esse teu amor, no escuro, me entregava,
mesmo sabendo que teu coração dividido estava...
Me dizias que não; que era amim que amavas,
e juravas, juravas...

Por te amar demais, ignorava os sinais, e aceitava.
Mesmo vendo os teus defeitos, sentindo os efeitos, me calava...
Pra te deixar livre, pra decidir por ti mesma, esperava...
Se te pedia pelo fim, me dizias:"não é assim"; me irritava.

E se por isso discutias, as palavras que dizias, magoavam...
não querias magoar, mas não podias evitar, já que era o que pensavas...
Pensavas em me amar no futuro, um lugar ainda mais escuro,
contradizendo o que falavas.
Ignoravas que pra nós, o tempo e as chances, se esgotavam...

Nossos sonhos se esvaíam, meus castelos caíam; me assustavas...
parecias já distante, parecias só amante; que era a outro que amavas...
Eu já não podia dividir, o amor que por ti senti, e que a esse outro dedicavas...
E esse outro sem saber, que no fim ia sofrer; não sabia o que o aguardava...

Ainda espero que despertes, que voltes a me amar...
que nossas palavras nunca mais nos firam...
Não digo que deixei de te amar,
Mas meus olhos se abriram!

___________________
Original: Guilherme Castelo

Detalhes Dela



Nas linhas do teu corpo esguio,
descobri um dia,
o prazer que havia
além do meu mundo pueril.

Nas curvas do teu corpo macio,
passei dias e dias,
ouvindo o que dizias,
entre os sussuros do cio.

Nos poros do teu corpo ardente,
conheci o infinito,
muito mais bonito,
do que é realmente.

Nos teus olhos castanhos,
descobri assim,
que havia em mim,
sentimentos estranhos...

Na beleza do teu rosto eu vejo,
tanta vida ainda,
uma menina linda,
um suspeito anjo.

Pro futuro, tudo o que desejo,
é de sua boca linda,
quando no fim da vida,
me despedir com um beijo.

__________________________
Original: Guilherme Castelo

Fim de Semana


Ouvi falar de você;
disseram que estavas feliz.
Não quis meter o nariz,
só quis saber o porquê.

Disseram que estavas na praia,
biquine e minissaia;
mostruário imaginei de vc,
das roupas que ias vender.

Pensei em você lá sorrindo,
as pessoas no seu indo e vindo,
mas dentro de ti só eu sei,
que a saudade te causa uma dor.

Só eu sei pois também sinto essa dor,
de ausência, demência, dissabor...
Mas sabemos que é passageira,
nos amamos a vida inteira...

Daqui a pouco você tá de volta,
essa saudade nós vamos matar...
Outra vez te abrirei aquela porta,
Outra noite pra gente se amar.

(mas volta logo...)

_____________________________
Original: Guilherme Castelo

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Feliz Ano novo!!!!



Ainda no espírito de ano novo e "boas vibrações" farei mais um post sobre amizade.
Esse recebi por e-mail, de uma amiga muito querida (alô, Suamy!) e achei que seria legal dividir com o mundo, heheheh!!
Então, vamos ao texto:
Colega ou Amigo?

Colega: Separa sua briga;

Amigo: Já chega na voadora;

Colega: chama seus pais de senhor e senhora;

Amigo: chama de tio e tia...

Colega: nunca viu você chorar;

Amigo: sempre teve os melhores ombros p/ você chorar;

Colega: nunca pede nada para beber e comer;

Amigo: abre o armário e se sente em casa;

Colega: pede pra você escrever o seu número de telefone;

Amigo: pergunta pelo telefone dele (pq não se lembra)

Colega: pede alguma coisa emprestada e devolve em uns dias;

Amigo: tem 1 guarda-roupa cheio de coisas suas;

Colega: sabe algumas coisas sobre você;

Amigo: poderia escrever uma biografia sobre você;

Colega: não ficaria c/ você se as outras pessoas não tivessem com você;

Amigo: sempre ficaria c/ você;

Colega: deletaria essa mensagem;

Amigo: mandaria para todos seus amigos... Inclusive, eu!!!

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Adorei a parte da "voadora", hehehheh...

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