Entrou no coletivo já com o aparelho na mão, ou melhor, no ouvido. Vinha falando alto, nem aí pro mundo. Com seu corpo ligeiramente avantajado saiu empurrando as pessoas no caminho. Sabe-se lá como conseguiu tirar as moedas do bolso de trás da medonha e apertada calça branca e entregar para o cobrador. Falava alto, mas absorto que eu estava, não havia ainda atentado ao sentido do que dizia. Como que para me dar uma chance de saber, o destino a fez parar ao lado do assento bem à minha frente. Já falei que ela falava alto? Enfim, se para sua suposta interlocutora, se para o ônibus todo, o fato é que ela discorreu sobre os mais diversos temas: A viagem à Paramaribo; O namorado, modelo de perfeição, porém casado; A briga que ele teria tido com a esposa, supostamente, por causa dela; Os dólares que ela dizia precisar trocar e os aparelhos que o pai lhe daria, o celular que ela estava querendo e um aparelho dentário, que dizia precisar. Contou toda a sua vida e estava começando a contar sobre uma amiga sua que estava tendo um caso quando sua parada chegou e ela desceu. Nunca fiquei sabendo se o marido corno descobriu...
A moça do assento da frente começou a sorrir da situação. Todos os passageiros que estavam próximos comentaram. O absurdo da situação nos aproximou a todos de um modo que só algo assim é capaz. De repente todo mundo estava conversando, comentando, e nesse clima amistoso acabei ficando amigo da garota do assento da frente. Teoria do "Kaos".
Um comentário:
Voltei para casa frustrada e pensativa,depois pedi em minhas orações: pai,permita que eu tenha um açúcar que nem o dela, e possa sentir como é ser desejada!
Nunca conheci tão prufundamente alguém do qual não lembro nem bem os traços (Graças a Deus)
rsrsrs
Adorei o Garfield aí,com essa cara sacana me lembrou bem a situação!
Beijos amigo!
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