quinta-feira, 30 de julho de 2009

A quem interessar possa:



Quando vocês lerem isto eu já estarei morto, ou quase.

Sei que é uma expressão batida, mas, fazer o quê? Sou antiquado.

Queria que vocês soubessem um pouco da minha história, e o porquê desta carta.

Há muitos e muitos anós atrás, eu era saudável e feliz. Era belo. Milhares de flores e florestas me cercavam, os oceanos e mares corriam livremente (e acreditem, sem poluição!). Ah, o ar ao meu redor era tão puro...

Mas um dia fiquei doente. fui infectado por uma bactéria terrível. Ela se multiplica incrivelmente rápido. Se espalhou por todo o meu corpo. Queimava em alguns lugares, explodia outros, escavava e destruia, sempre. Poluiu meus oceanos e impregnou o meu ar com substâncias altamente tóxicas, pra mim. Começei a sufocar. Me rebelei. Tentei detruir a bactéria de todas as formas à minha disposição!

Mas não consegui. Não tenho mais forças. Sei que fatalmente irei sucumbir em breve, portanto, enquanto ainda de posse de minhas faculdades intelectuais, faço minha despedida. Não haverá testamento. Não há muito à deixar.

Alguns vão me chamar de covarde por desistir de lutar, mas essa praga é mais forte que eu. Já não tenho mais forças pra me regenerar.

Saibam todos apenas, que eu sempre tive a melhor das intenções.


Ass.: Planeta Terra


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TEXTO ORIGINAL: GUILHERME CASTELO
13/04/04

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