sexta-feira, 24 de julho de 2009

Influenza "A"


Pronto. Chegou aqui. O que todos temiam aconteceu. A gripe "A" aportou no Brasil. Pra todos os lados que olho, vejo pessoas em pânico. Até agora são 32 pessoas mortas e mais de 1000 infectadas. Começou uma corrida às farmácias em busca de máscaras e álcool em gel. As pessoas evitam o contato. Até os católicos deixaram de se abraçar! Será que o medo que efetivamente sentem é maior que a fé que dizem ter?



Se alguém, inadvertidamente, dá um espirro em um ônibus, por exemplo, mesmo que por culpa de algum ácaro errante, já é logo encarado como uma ameaça ambulante, e pode ser até mesmo hostilizado.



Pandemia. Palavra estranha, incompreensível ainda para a maioria de nós. Não a palavra, mas a amplitude e magnitude do significado. No decorrer das eras, o mundo já viu várias fases pandêmicas e seus efeitos na história. A Peste Negra, A Febre do Feno, A Gripe Espanhola, A Gripe Aviária... Parece que de tempos em tempos a própria Natureza arruma um jeito de equilibrar as coisas através do controle demográfico. Por mais achista que seja essa teorização, não é de todo leviana, levando-se em conta a efetiva devastação que segue tais períodos.



O curioso é nós não estarmos preparados. Digo nós, todos nós, seres humanos. Temos tecnologia para ir à Lua, ao fundo do oceano, ao centro da Terra, mas não podemos criar uma vacina antes que milhares morram? A pergunta que me ocorre frente a tais contradições é: A quem interessa a doença? Quem lucra com as mortes? Porque convenhamos, quem tem plano de saúde tem mais chance de cura. Logo, quem vai aos "postos sem saúde", é que tem que se preocupar com superlotação, falta de triagem, falta de remédios, de médicos, de respeito. Quem são eles? OS POBRES! De todas as partes do mundo. Agora reflitamos: Se o Laboratório de Citogenética da UFPA consegue processar 3.000 sequências de DNA de mosquito em dois meses pro Projeto Genoma, como Grandes institutos como o Oswaldo Cruz (ou até o Butantã!) não conseguem? Será que não receberam ordens de correr com isso? Porque tenho certeza que os profissionais de tais lugares estão muito preocupados e vívidamente interessados nessas questões. Mas eles seguem ordens. E essas ordens, quais tem sido? O que causa a demora? A quem interessa?



A nós não, que estamos enfileirados, à espera da nossa vez, como sempre. Só que esta, finalmente, é uma fila na qual ninguém tem pressa que chegue a sua vez.

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