segunda-feira, 27 de julho de 2009

Esse Inferno de Amar




Este infreno de amar - como eu amo!

Quem mo pôs aqui n´alma... quem foi?

Esta chama que alerta e consome,

que é a vida - e que a vida destrói -

Como é que se veio a atear,

Quando - ai quando se há-de ela apagar?



Eu não sei, não me lembra: o Passado,

A outra vida que dantas vivi

Era um sonho talvez... - Foi um sonho-

Em que paz tão serena dormi!

Oh! Que doce era aquele sonhar...

Quem me veio, ai de mim! Despertar?

Só me lembra que era dia formoso

Eu passei... Dava sol dava luz!

E os meus olhos, vagos giravam,

Em seus olhos ardentes os pus.

Que fez ela? Eu que fiz? - Não sei;

Mas nessa hora a viver começei...


Almeida Garret



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