terça-feira, 29 de março de 2011

Último adeus ao José

O médico Raul Cutait afirmou, na tarde desta terça-feira, que o ex-vice presidente José Alencar, de 79 anos, "está se preparando para descansar". A declaração foi dada na porta do Hospital Sírio-Libanês, onde Alencar está internado na na unidade de terapia intensiva (UTI) desde segunda-feira.

- Como vocês viram no boletim, o vice-presidente está na fase... se preparando para descansar - disse Cutait.

(Fragmento retirado do site do Extra: http://extra.globo.com/noticias/brasil/medico-diz-que-jose-alencar-esta-se-preparando-para-descansar-1437553.html)


A notícia que segue, é a mais triste de todas, mas inevitável, infelizmente, para todos nós:

Morreu nesta terça-feira (29), aos 79 anos, o ex-vice-presidente da República, José Alencar, que lutava contra um câncer desde 1997.

(http://noticias.r7.com/brasil/noticias/morre-aos-79-anos-jose-alencar-ex-vice-presidente-da-republica-20110329.html)


Sentimos essa perda, todos nós, brasileiros, que acompanhamos sua luta. Não foi uma luta contra a morte, mas uma luta pela vida. Ele, mais que todos, representou o espírito do brasileiro, que não desiste nunca. Foram 13 anos de uma batalha injusta e inglória, contra um câncer, que já em metástase, vivia migrando por seu corpo.

Nos acostumamos, nos últimos meses, a vê-lo, sair de hospitais, sempre sorrindo, sempre apregoando esperanças. Claro que não era perfeito. Claro que alguém encontrará defeitos e tentará manchar sua imagem. Não importa. O que fica para nós, é o seu exemplo. Como empresários, como vice-presidente e como ser humano.

Hoje, todos choramos sua morte, como filhos que perdem seu maior exemplo. Políticas e polêmicas à parte, sentiremos falta do bom-humor, do carisma e da força desse grande brasileiro, que como Alexandre, o Grande, "saiu da vida, deixando para trás a glória eterna".

"Não tenho medo da morte, tenho medo da desonra. Se o sujeito é um político honrado, ele não morre nunca. mas se ele não tem honra, ele morre em vida." José Alencar.

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Pois você já pode descansar, velho amigo. Descansar, apenas, porque para nós, você nunca morrerá.

Obrigado, José, por tudo.

sábado, 26 de março de 2011

Vieira

Desde os tempos mais remotos de minha memória como adolescente, tenho a imagem de uma pessoa. Diferente, excêntrica, única. Como entrou na minha vida, nem lembro mais. Só sei que nunca mais saiu também. E jamais sairá.

A pessoa em questão é uma das mais humanas dos seres humanos. Uma das mais fiéis amigas que se pode ter. Uma das mais confiáveis aliadas que se pode desejar. A cúmplice que mais se deseja na hora do aperto. A palavra que mais se precisa quando o coração sangra.

Não é perfeita, é verdade. Nada o é. Mas mesmo os seus erros são humanos, tanto quando sua capacidade de se redimir. Através dos anos, me acostumei com o seu jeito peculiar de amar. De ME amar. Com um ciúme que quer me proteger do mundo todo. Entendi que um amor assim só pode vir de um tipo de pessoa:

Irmã. De sangues separados, mas de almas fundidas. Não há nada no mundo que eu não fizesse por ela, porque ela já me deu inúmeras provas de que faria tudo por mim. A amo de graça, mesmo que eu a veja bem menos do que eu gostaria. Desejo-lhe, contudo, tudo de melhor que o mundo tem para oferecer, e muita paz, muita saúde e muitas realizações. Mais um ano. Mais uma chance de eu te agradecer por existires na minha vida.

Te amo, irmãzinha.

Feliz aniversário.

Guilherme.




quarta-feira, 23 de março de 2011

A Via Láctea


Quando tudo está perdido
Sempre existe um caminho
Quando tudo está perdido
Sempre existe uma luz...

Mas não me diga isso...
Hoje a tristeza
Não é passageira
Hoje fiquei com febre
A tarde inteira
E quando chegar a noite
Cada estrela
Parecerá uma lágrima...

Queria ser como os outros
E rir das desgraças da vida
Ou fingir estar sempre bem
Ver a leveza
Das coisas com humor...

Mas não me diga isso...
É só hoje e isso passa
Só me deixe aqui quieto
Isso passa

Amanhã é um outro dia
Não é?...
Eu nem sei porque
Me sinto assim
Vem de repente um anjo
Triste perto de mim...
E essa febre que não passa
E meu sorriso sem graça
Não me dê atenção

Mas obrigado
Por pensar em mim...

Quando tudo está perdido
Sempre existe uma luz
Quando tudo está perdido
Sempre existe um caminho...

Quando tudo está perdido
Eu me sinto tão sozinho
Quando tudo está perdido
Não quero mais ser
Quem eu sou...

Mas não me diga isso
Não me dê atenção
E obrigado
Por pensar em mim...

Não me diga isso
Não me dê atenção
E obrigado
Por pensar em mim...

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Legião Urbana
Composição: Dado Villa-Lobos/ Renato Russo/ Marcelo Bonfá
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quinta-feira, 10 de março de 2011

"Saudade mata a gente, menina".

Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa,
dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.

Mas o que mais dói é a saudade.

Saudade de um amigo gay (que nao é gay) que se esconde...
Saudade de uma cachoeira em que se casa.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.

Doem essas saudades todas.

Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama...
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença e até da ausência consentida.
Você pode ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você pode ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, e ela o dia sem vê-lo, mas sabiam -se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor que o do outro,
sobra uma saudade que ninguém sabe como deter...

Saudade é basicamente não saber.
Não saber se ela continua fungando num ambiente mais frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia tipo de cigana...
Não saber se ele foi na consulta com o medico como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada.
Se ele tem se preocupado menos com a obra, que sempre traz surpresas;
se ela aprendeu a estacionar entre dois carros;
se ele aprendeu a entrar na internet e encontrar tempo pra responder seus muitos e-mails;
se ele continua preferindo cerveja brasileira;
se ela continua preferindo coca cola;
se ela continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados;
se ele continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor;
se ele continua cantando tão bem;
se ele continua detestando MC Donald's;
se ela continua amando tanto;
se ela continua a chorar até nas comédias românticas e ele
sem dar muita atenção as seus gostos musicais...

Saudade é não saber mesmo!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos.
Não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento.
Não saber como frear as lágrimas diante de uma música.
Não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ele está feliz,
e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...
É não querer saber se ele está mais magro; se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer.
Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você,
provavelmente, está sentindo agora... depois que acabou de ler...

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Daisy Costa

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Achei lindo esse texto de uma amiga escritora e pedi permissão para postar
e dividir com o mundo. Porque saudade mesmo sentimos é das coisas pequenas.
Guilherme Castelo

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